DÁ PRÁ FAZER?

Gente, de novo eu aqui, bobinho prá variar, tentando entender a complexidade de coisas simples.

Olha só, lembra daquela história lá do FIT, o pusta festival de teatro que rola aqui em BH? Pois é, não dava prá fazer né? Tudo bem, galera protestou, teve manifestação na rua e no sábado teve uma super legal. Junto com o movimento da Praia, que é um povo que fica brigando contra a proibição de eventos na Praça da Estação (explico depois), uns gatos pingados de teatro fizeram passeata até a porta da Prefeitura. Aí com um caminhão pipa, além de tomar uma chuveirada em plena Afonso Pena, ainda lavaram a fachada do prédio. Falo lavaram porque eu não lavei, nem cheguei a pegar na mangueira, mas eu tava lá.

Então, sabe o que aconteceu agora? Ontem a Fundação Municipal de Cultura reuniu todo mundo da imprensa prá falar que VAI ter o FIT.

Uai, mas como assim? Se não dava prá fazer, como é que vai fazer?

Tá vendo? De novo eu bobinho. Se vai fazer é porque dava prá fazer, o que é diferente de querer fazer. Ué, mas não é essa a conclusão? Como é que uma coisa que há uns quinze dias atrás não tinha como acontecer, com ene justificativas, agora simplesmente vai acontecer?

Fiquei com duas dúvidas:
- Quem afinal resolveu agora mandar fazer o que era prá ser feito?
Ah, desculpa são três perguntas, porque nessa tem uma sub-divisão:
- Quem mandou, mandou por que? Vai me dizer que foi pela lavagem da Prefeitura? Conta outra.
A terceira pergunta, mesmo sabendo não ser pertinente no momento, eu gostaria de ter feito numa coletiva dessas:
- Quantas vezes a Presidente da Fundação Municipal de Cultura foi ao teatro em BH nos últimos, vamos dizer, dois anos?
Só prá saber.

* A foto aí foi chupada do google. Movimento da praia na Praça da Estação. Quannnndo eu aprender a tirar a foto da manifestação lavando a Prefeitura de dentro do meu celular, eu troco.

PARABÉNS PRÁ VOCÊ

No ano passado, exatamente no dia 22 de março, este blog deu os parabéns atrasados ao político José Dirceu. Quuuuuaaaase que perdi o bonde dessa vez, mas lembrando a tempo, fica aqui a homenagem.

No ano passado tinha a foto dele com a colega Dilma, esse ano ela resolveu não dar as caras. O pessoal da imprensa tá falando que ela preferiu cumprimentar o amigão só pelo telefone.

Como em 2009, vamos lembrar de novo outros que me-re-cem os nossos cumprimentos:

24 de abril tem aniversário do José Sarney, 16 de setembro do Renan Calheiros, 12 de agosto do Fernando Collor e em 2010 esse ano tem eleição...

E aí, quem topa puxar um tubigbigbig?

O DONO DA BOLA E QUEM JOGA COM ELA

Você já deve ter percebido que sou meio bobinho. É, custo a compreender a complexidade das coisas e fico pensando que tudo é bem simplezinho, tipo, é o que é. Então olha só.

Quem é de BH sabe que aqui o movimento artístico pega fogo, o teatro então, dá o que falar. Temos o maior evento de popularização do país, com a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança,,,, perto de completar 37 anos. Temos também o FIT, Festival Internacional de Teatro, que este ano faz faria 10 anos, seguramente o mais importante do Brasil no genero.

Ahn, e de quem são estes eventos? Uai, eu digo, de ninguém. São eventos da Cidade, do Estado, das pessoas enfim. Essas coisas não tem dono.

Tá, não tem dono, mas nada acontece do nada né meu filho.

Ahé, claro, tem alguém que faz. Como este post aqui vem na esteira da deflagrada crise do FIT, a partir da notícia do seu cancelamento dada assim, como assunto encerrado, vamos a ele:

Quem toma conta do FIT é a Prefeitura, através da hoje Fundação Municipal de Cultura, já que a Secretaria Municipal dessa pasta foi extinta. Daí que a pretensa dona da bola, a Fundação, na figura de sua Presidente, resolveu que esse ano não ia ter mais. Numa coletiva onde apresentava o fiasco dos resultados atrasadissíssimos da Lei Municipal de Incentivo a Cultura, soltou a bomba.

Como assim? Mas a bola afinal não é nossa? 

Sabe aquela sensação de ficar sem graça pros outros? Pois é, fiquei meio com vergonha das justificativas, tipo, o ano ser de Eleição e Copa do Mundo. No-vi-da-de, só descobriram isso agora. Falaram também da falta de espetáculos de qualidade para a programação. Ops! 

Claro que depois do vexame inicial saíram desdizendo o já dito, dizendo de novo, enfim, uma bela duma confusão.

Aí entra esse meu jeito bobinho de ser. Olha só, eu penso uma coisa. Dona Fundação não é a dona da bola, só tem que jogar, e bem, com ela. Entre outras coisas que (não) faz, tem que fazer o FIT, isso tá até mesmo em lei. Mas Dona Fundação não existe, assim como não existem outras instituições, o que existe é um corpo de funcionários, pagos, para realizarem os seus serviços. Um dos serviços dessa turma prá esse ano era fazer o FIT. Se não vai ter FIT, a justificativa é uma só, alguém não fez o seu serviço.

Uai, né não?

BLOG DA VEZ DE HOJE

Recebi o recado como comentário em um dos últimos posts e adorei a notícia. Hoje, segunda feira, este blog aqui vai ser o tema do programa "Blog da Vez", da Rádio Elo FM.

Sabe o que achei mais legal? Eu não sei onde me encontraram. Não sei se foi indicação de alguém ou pesquisa da própria produção da rádio. Aí contei pro meu amigo e ele entrou no site da rádio antes de mim. Engraçado, não tive essa curiosidade imediata como ele. Daí viu a chamadinha do programa, e um e-mail pra fazer sugestões. Fiquei meio bolado na hora. Pronto, agora vai parecer que eu que mandei a indicação de mim mesmo...

Ó, não mandei tá? Mandei depois foi uma divulgação básica prá amigos listados como leitores do blog.

Se você não tá na listinha de e-mails, deixo aqui a dica:

Programa Blog da Vez - Beagá Que Eu Vejo

Hoje, segunda feira, 15/03, às 8 horas com reprise 14h e 22h.

Dá prá ouvir pela Internet mesmo, acessando www.elofm.com.br

Antes de divulgar, aí sim, dei uma passadinha por lá prá saber como é que a coisa era. Cliquei numas edições passadas e achei bem bom. Depois que você ouvir me conta beleza?

O ESTRANHO MUNDO DA TELEVISÃO

Sou bem telemaníaco, não sei se já deu prá perceber. Atualmente divido este vício com o da Internet, que se tornou a outra coisa que me impede de fazer coisas.

Bom, zapeando estes dias, dei de cara com um programa que conhecia só de ouvir falar, "O Estranho Mundo de Zé do Caixão". Realmente, como diria o cara das unhas grandes, que repete "realmente" a cada frase que diz, aquilo ali pode ser chamado de estranho, mas ficaria melhor como incoerente.

Gente, incrível como a televisão hoje em dia abre espaço para o sem sentido. Três fatores podem ser determinantes prá isso: O enorme número de canais com o advento da TV a cabo,  o tempo interminável de programação que precisa ser preenchido e os custos da produção. Isso não afeta só conteúdo, cria também o irritante sistema de reprises. As vezes na mesma semana você passa pelo mesmo canal e está passando o mesmo programa, seja em que horário for. É, e custo de produção reflete em milhões de reality shows e principalmente talk shows, que é o caso deste programa em questão.

Bom, você pode dizer que tudo ali faz parte da idéia do programa. Eu digo que não, que são realmente falhas na realização. O ambiente transgressor e tosco, com cenário trash e figurino tradicional do personagem poderiam ser uma grande sacada. Acontece que não combinam em nada com a caretice e a falta de preparo do apresentador, um homem sem articulação nenhuma e extremamente carente de vocabulário. Tá bom, pode ter atingido os píncaros da glória sendo descoberto por amantes do precário no primeiro mundo, mas realmente nesse caso a referência são seus filmes B e não a constrangedora tentativa de ser entrevistador.

Prá piorar o quadro, ainda peguei um dia que o convidado era o Agnaldo Timotéo. Entre outras, ele disse que não gostava da Rita Lee pela apologia que ela fez às drogas em algum ponto da sua carreira. Ah, eu adoro a Rita Lee, tô sempre acompanhando, e realmente  nunca a vi fazendo esse tipo de apologia. Se usou, usa, ou usará, nunca vi incentivando outros a fazerem o mesmo. De quebra, o cantor (que eu até tiro o chapéu prá voz) resolveu dar lições de moral e cobrar que apresentadores deveriam usar seu espaço para "educar" os jovens, no que Zé do Caixão prontamente concordou, como concordaria com qualquer coisa que qualquer entrevistado dissesse, caso ele realmente entendesse.

Daí Timóteo deitou regras, sobre cabelo, tatuagens, que a princípio ele chamou de cicatrizes, e até "barba fininha", que eu deselegantemente uso.  :-)

Esqueceu de falar sobre unhas grandes e higiene.

Bom, por fim, debaixo da concordância em número, genero e grau do insosso e perdido apresentador, ele se citou como modelo de elegância, aconselhando os jovens a se mirarem nele quanto a corte de cabelo e modo de vestir.

Gente, discordar dessa consultoria de moda, quem há de né?

EXTRA! EXTRA!

Blogueiros são palpiteiros incontroláveis. Se essa não fosse uma verdade, por que tanta gente fazendo de graça o que outros cobram prá fazer? Pois é, produzimos conteúdos 0800 pelo simples prazer de expressar para outros nossos pensamentos (sem pretensão ou julgamento de qualidade, plis)

Ai, ai, ai, tá bom, tá bom, tem aquela turma que escreve prá si mesma, os que não se preocupam se vão ser lidos ou não, os que escrevem só prá exercitar gramática ou concordância... Ram ram, cada um cada um, agora não entendo prá que publicar em blog então. Faz uma boa pastinha no PC e guarda por exemplo "Meus Pensamentos", "Exercitando o Português" e por aí vai. Vamos ser chatos? To-do-mun-do-que-faz-blog-quer-ser-li-dô.

Então, voltando ao tema palpiteiros, outra característica nossa (me ponho também nesse bolo, já viu né?) é ficar trocando dicas sem que ninguém precise pedir prá ninguém. De repente um lê seu blog e já te faz uma série de críticas, o que tá bom, o que não tá, isso foi legal, muda aqui, coloca outra fonte ali, e na maioria das vezes tudo numa boa. Todo mundo pensa que tá ajudando, e isso é até bem legal. Nunca tinha me deparado com gente queimando por esse motivo, até outro dia.

Na santa inocência de quem acolhe dicas, cai na bobeira de falar prá um que os posts dele eram meio longos, desanimavam de ler. Prá que. A pessoa desancou logo um lê quem quer e que blogs são diários pessoais e cada um faz como quer. Isso porque no mais eu fui só elogios pro blog heim? Uai, claro que lê quem quer, mas se eu quero leitores devo procurar fazer algo atraente, ou não? Tá certo, é diário pessoal e exercício, não interessa público. Gente, se não interessa POR QUE TÁ NUM ESPAÇO PÚBLICO?

Olha só, não tô falando de fazer concessões, uma das coisas mais legais de blog é a liberdade que você tem prá falar o que quiser do jeito que quiser. E quer fazer post longo? Faz uai, só não fica com essa bobeira que "não tá escrevendo prá ser lido". Sabe que muitas vezes já falaram que alguns daqui são longos? Mas tem coisa que acaba rendendo, e se não explicar explicadinho, não dá prá entender. Ah sim, até isso eu falei no meu comentário tão maléfico pro zangado.

Bom, de novo postando coisas que falei que não ia abordar muito, tipo BBB e blog, mas sei lá, achei que ia ser legal dar mais esse palpite pros colegas palpiteiros.  

PRECONCEITO AUTÊNTICO

Cena hipotética 1: Uma mesa onde estão judeus e outros, não judeus. Aí eles começam a falar sobre, por exemplo, uma reunião na Sinagoga. Um dos não judeus se levanta, e fala que vai sair, prá não vomitar.

Cena hipotética 2: Uma mesa onde estão negros e outros, não negros. Aí eles começam a falar sobre, por exemplo, uma balada onde negros ficam se pegando, no sentido sensual. Um dos não negros se levanta e fala que vai sair, prá não vomitar.

Cara, impossível uma cena como esta numa emissora de TV em horário nobre né? Ham-ham, nada disso, não quando se trata de gays.

Afff, tá certo, de novo estou aqui falando de BBB. Nem vou nem me justificar mais, apesar que a tal cena eu não vi, só li na Internet, jornais, revistas, blá-blá-blá. Sei que o jogo é esse, colocar todo mundo comentando, e acabei entrando nessa. Mas é porque acho que certas coisas não tem como não botar a boca no trombone, por mais que a gente saiba que está caindo no esquema da manipulação.

Então, por que essa onda de coloridos no BBB, em nome da diversidade? Por que não judeus, negros, por exemplo, que só entram nas edições prá cumprir cota, entrar mudo e sair calado? Simples, porque a única turma que ainda pode ser achincalhada publicamente e impunemente são os gays. 

Prá quem não sabe, se é que alguém ainda não sabe, com tanto bombardeio da mídia, a cena foi justamente a hipotética acima, trocando apenas os personagens. O povo do bloco colorido comenta na mesa sobre balada gay e o protagonista do programa (sim, o programa tem um protagonista e tem dramaturgia) se levanta, prá não vomitar. "Direito dele", gritam os defensores da autenticidade. Concordo plenamente, as pessoas podem pensar o que quiserem, por mais burro que seja o pensamento. Burrice, aliás, que é a raiz de todo e qualquer preconceito. Masssss, existe uma distância entre pensar e falar. Tá bom, já sei que vão atacar de autenticidade outra vez. 

"Pô, o sujeito não tem duas caras, fala o que pensa."

Claro que sim. Veja bem, sabe quem foi bem autêntico? Hitler. Pois é, foi tão autêntico que não se limitou a falar que não gostava de judeus. Foi muito além disso, não satisfeito em confiná-los em guetos, resolveu que o melhor mesmo seria exterminá-los em campos de concentração. Voto prá ele em reality show. Né não?

Du-vi-de-o-dó que dona Globo, com todo seu poder platinado, colocaria negros na mesma situação que colocou gays. Obvio que tudo é feito em nome da audiência. Com um formato desgastado e derrubado, produziu a edição mais barraqueira do progama que sai bem baratinho prá ela. Como fazer isso? Como levantar polêmica, colocar todo mundo (inclusive eu) prá falar?

[Ah, tá bem, sem pretensão, o Boninho nem sabe que eu falo de BBB, muito menos dona Lily Marinho.] 

Não sou executivo de TV, mas a solução parece bem simples. Em nome da diversidade pega o grupo que pode ser espancado na rua, que pode ser expulso de restaurante, que pode ser assassinado sem investigação e coloca ali como palhaço. De quebra põe um cara cabeça dura, com pose de gente como a gente, e malha prá todo lado o caráter "autêntico" dele. Melhor ainda, pega um que já esteve na casa. Entre tantos que já passaram por ali, por que justamente ele? Ora, ora, ora, na lógica dos milhões (da emissora, e não a mixaria do prêmio) tudo tem uma razão. Ó-be-ve-o que a escolha não foi aleatória, muito menos a edição dos fatos e a assessoria de imprensa.

Então, você já assistiu "A Onda"? Recomendo...

DISPONÍVEL.COM

Mais um assunto que eu tava há um tempão pra escrever e sei lá porque não escrevia. Aí aconteceu um fato agora mesmo que detonou aquela velha vontade de compartilhar.

Bom, eu talvez atenda uma média de... 100? Acho que 100 pode ser muito, mas uma média de um tantão de telefonemas por dia. 99% de gente que eu não conheço. Simples, meus telefones são de trabalho, o que faz também com que eu não seja destes que olham o número antes de atender. Tocou, atendo. E olha que toca viu, às 8 da manhã, às 11 da noite, à uma da tarde... Tá, não to reclamando, é meu trabalho e existem muuuuiiiitos, acho até que a maioria, que são bem piores que o meu.

O caso é que com a invenção do celular, não existe mais horário dito "comercial" pras pessoas ligarem. Não sou um profissional de rotina, não almoço de meio dia às duas, pelo contrário, geralmente às duas nem almocei ainda. Não por aperto de trampo, mas por hábito mesmo. Ainda que eu não siga estas rotinas, eu penso antes de fazer as coisas. Então acho que seria bem natural não ligar em certos horários, entre eles ao meio dia e meia, uma e quinze, por aí.

Certo? Errado.

O uso do celular aboliu este raciocínio, simplesmente porque ele te disponibiliza 24 horas por dia. Isso agora, no início não era, tanto que eu lembro de chegar em casa e desligar a fera. Também, quase ninguém tinha e não eram poucos os que evitavam ligar, com receio de custo. Como o mundo mudou demais, a gente agora larga o garfo, se enrola na toalha, acorda com o travesseiro babado, enfim, para tudo e aperta a teclinha verde.

Ah tá, o fato que me levou a escrever? Então, agora a pouco atendi uma das inúmeras ligações do dia, no fixo. Dei todas as informações solicitadas, tirei as dúvidas, marquei horários, reservei agenda e tudo mais. Com boa vontade e educação. Ham, sabe como a moça encerrou a conversa, na hora de se despedir?

Nossa, você é difícil de achar heim?

Pode?