domingo, 21 de junho de 2009

UM HOMEM INCOMUM

O povo anda falando demais. Agora ficam criticando o Presidente Lula só porque ele falou que o Sarney não pode ser tratado como se fosse uma pessoa comum. Mas olha só:
- Em 1986 Lula chamou Sarney de "grileiro do Maranhão"
- Em 1987 Lula chamou Sarney de "ladrão", e completou que perto dele Maluf não passaria de "um trombadinha".
Fala sério, o Presidente só foi coerente. Este homem com as tais qualidades que ele citou não pode ser mesmo uma pessoa comum.
Mais fatos que comprovam a visão do Lula:
- Uma pessoa comum não notaria R$ 3.800,00 de auxílio moradia depositados na sua conta todo mês?
- Uma pessoa comum não saberia que oito parentes seus trabalham no seu mesmo local de trabalho?
- Uma pessoa comum não saberia que um desses parentes era um NETO dela?
Gente, José Sarney pode ser tudo, menos um homem comum. Mais uma vez o Lula acertou em cheio né não?

sábado, 20 de junho de 2009

E AGORA, JORNALISTA?

Pois é, um assunto polêmico que vou meter a colher de pau porque mais ou menos conheço de perto. Acho que vou caçar confusão com uns 5.987.643.200 jornalistas, entre amigos e conhecidos, mas vamos lá...
Nos idos de 1980 entrei prá PUC aqui em BH com o propósito de fazer jornalismo. Na época, o vestibular era prá Comunicação Social. Então você entrava, fazia quatro períodos e aí ia escolher uma das áreas onde fazer os outros quatro: Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. Meu objetivo era fazer Jornalismo, e na sequência talvez emendar na Publicidade. Acabei fazendo RP, e só. Meu diploma? Acho que tá lá na PUC desde 1984.
Bom, o que aconteceu foi que, assim que entrei na faculdade, comecei a trabalhar na área. Lancei um livrinho chinfrim e desse lançamento meio que cai no mercado. Comecei a produzir uns shows e logo estava fazendo o que na época todo mundo chamava "divulgação" pro povo de teatro. Ram ram, nada mais era do que Assessoria de Imprensa na área cultural, profissão essa que eu "inventei" aqui, já que não havia este trabalho sistematizado. O que rolava é que gente de teatro sempre conhecia gente de jornal que as vezes além de ser gente de jornal era também gente de teatro. Dessa amizade e convivência é que vinham as notícias, críticas e tal.
Meu caminho também foi o das amizades. Quando divulguei meu livro, amigos jornalistas entraram na dança e destes fui conhecendo outros. Prá um moleque de 19 anos lançando um livrinho que, vamo combiná, não era lá essas coisas, o lançamento bombou. Aproveitei a deixa de ter conhecido o caminho das redações e fiz disso meu ganha-pão. Tá bom, tá bom pessoal, podem espernear aí, mas quem faz Assessoria de Imprensa prá teatro hoje, anda no caminho que euzinho descobri. Fato.
Pois é, como as redações não tinham muita equipe e na época tudo era mais soltinho, a minha divulgação não era a de hoje não, estagiário plantado no escritório da "Empresa" disparando e-mail. Sentava na máquina de escrever e, datilografando com dois dedos (até hoje), redigia eu mesmo uma pancada de matérias. E quer saber? As-si-na-va. Ah tá, materinha de pé de página né? Nããããããõoo meu filho, CA-PA, isso mesmo, capa inteira, e de jornal grande.
Daí chegou uma hora que o canudo do diploma começou a me assombrar. Mesmo depois de formado, nessa mesma lida, eu não era - e não sou - jornalista. Ainda lá dentro da década de 80, começou um movimento meio de "prestar atenção". Profissionais e Sindicato começaram a querer saber onde estavam os diplomas. O meu, de RP, estava onde ainda está, na PUC. Nessa hora tudo foi regularizando. Os próprios jornais também já contavam com mais estrutura e mais pessoal. Um monte de gente correu pro banco de escola, outros tantos regularizaram numa coisa que acho que rolou na época, de ter comprovação de parará anos de experiência valer prá profissionalização. Eu não fiz nada disso, até porque nunca fui nem nunca quis ser empregado de veículo nenhum. A vida andou, meu rumo mudou e acabei não ficando em falta com ninguém. Ah, muuuuiiiiita gente vai ficar sabendo só agora que não sou jornalista :-)
O diploma, hoje. Confesso que acho uma sacanagem com quem tá estudando. Mesmo que o cara lá das empresas de jornal vá prá TV falar que ainda vão contratar os que tem diploma, a gente sabe que é uma balela. Não sei bem como vai acontecer porque vai ser um pouco estranho definir critérios prá contratar. Vai ter anuncio abrindo vaga prá qualquer um que quiser? É, a princípio fica bem esquisito, mas o fato é que o costume vai moldando e logo logo aparece o novo formato. Hoje em dia tudo é muito rápido. Vi algumas faculdades falando que não tem nada a ver, que o curso vai continuar. Tá certo, dá mesmo pra imaginar elas falando o contrário né...
Enfim, perdão, falei demais, post longo. O comentário final é que com esta decisão cai mais uma reserva de mercado. O pior é que até agora não vi nenhuma defesa que trouxesse realmente argumentos irrefutáveis. O que mais rolou, e muito, foi falar da importancia do diploma por causa da ética. Ética se aprende é na escola? Ram ram, então se for assim muita gente que tá na imprensa andou matando aula viu...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

MOEDA DE UM LADO SÓ

Meu vizinho aqui na rua tem uma loja dessas "tudo em geral" sabe? Lugar onde você compra presentinho, coisa de casa, de papelaria e tal. Bom, uns meses atrás abriu outra tudo em geral bem do lado dele , só que muiito maior, com outra estrutura. É, meio sacanagem né, o cara tá ali uns 10 anos, sossegado, vem outro e abre exatamente a mesma coisa literalmente do lado, só pula uma porta.
Daí que esse meu vizinho ontem deu as caras aqui e deitou reclamação no concorrente. Falou que ele copia as vitrines, subfatura os preços e pararará-parará. Fiquei ouvindo, de certa forma dando razão, de outra não, já que assim como ele pode ter a loja dele, o carinha lá também pode.
no meio de outro assunto ele vem e me fala que "vai parar de comprar DVD pirata". Ahhh, bem que eu tinha notado que ele, auto-intitulado cinéfilo, tava sumido. O motivo dele não comprar mais os tais piratões era bem singelo: "Não tem qualidade".
Entendi, não tem nada a ver com criminalidade, receptação de mercadoria ilegal, nada disso. Controle de qualidade somente.
Legalzinho esse meu vizinho né não? Vê só, ele reclama do concorrente, que é um sujeito que paga aluguel numa loja, emprega várias pessoas com carteira assinada, paga seus impostos e compra, presta atenção, COMPRA a mercadoria que vai vender, não rouba não. Por outro lado, ele não vê nada demais em alimentar uma concorrência totalmente ilegal. Não vê nenhum problema em ser um elo da cadeia da criminalidade, cadeia aí sem nenhum trocadilho. Nem se toca que graças aos "concorrentes" que ele ajuda a prosperar, provavelmente mais de 80% das locadoras estão fechando as portas, tirando o ganha pão e o emprego de muita gente.
Ah sim, justiça seja feita, ele vê um único problema, que vai tirar a contribuição dele ao crime organizado. A qualidade do produto. Consumidor consciente esse, devia levar o lixo comprado na banquinha da esquina pro Procon e metê os ferro nesses cara mau caráter que vende filme sem qualidade.
Pois é, cada dia fica mais difícil entender o ser humano e suas razões. Ou então mais fácil, sei lá...