sábado, 21 de novembro de 2009

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ

Pode ser que todo mundo tenha entendido certo. Talvez só eu mesmo tenha sido mais burrinho e entendido errado. Olha, eu juro que quando falaram que a Madonna vinha no Brasil tratar de projetos sociais, eu pensei que ela vinha TRAZER dinheiro. Só depois, acompanhando o noticiário, é que eu vi que ela tinha vindo BUSCAR dinheiro.
Gente, isso não é uma coisa muito doida? A mulher mega multi milionária internacional arma um circo no Brasil prá arrecadar grana? Tá, eu não acho que ninguém tem obrigação de dividir seus tostões, ainda mais ela, que ganha suando o rostinho de botox no palco, e não em negociatas com verbas públicas. Mas quando a pessoa fala que vai contribuir pela melhoria de condições daqueles mais desfavorecidos, não é de se supor que vai fazer isso por conta dela? Ah Madonna, faz um, um showzinho só, e destina essa renda. Seus milhõezinhos necessários já entram no caixa. Nããããão, nem precisa gastar com super produção. Sabe banquinho e violão? Então.
Enquanto isso, aqui em BH, uma instituição da maior seriedade pede socorro. Acho difícil alguém que não conheça, pelo menos de nome. O Núcleo Assistencial Caminhos Para Jesus tá ruim das pernas, depois de 40 anos do mais qualificado trabalho social. Minha mãe contribui lá e se empenha também em enviar coisas. Tudo da casa dela, ou das casas da gente, ela vai juntando em caixas no que ela chama "coisas prá creche". Pera aí tá, tudo que tenha condição de usar ou fazer dinheiro, que jogar lixo na casa dos outros também fica feio né?
Para você que ainda não sabe, o trabalho rola em cinco frentes: A Casa do Caminho abriga 100 crianças e adolescentes portadoras de deficiências fisíca e mental; a Casa da Esperança abriga 58 idosos; o Centro de Educação Especial atende cerca de 250 alunos entre 6 e 18 anos com necessidades especiais; a Clínica Médico-Psicossocio-Pedagógica tem atendimento especializado a aproximadamente 400 pessoas e a Clínica Odontológica oferece tratamento pioneiro especializado e preventivo ao portador de deficiência. É, tudo isso é dê-graça.
Então, se você tem 10 milhões prá dar prá cantora engajada, tira uns 10 conto e manda prá lá. Doação de coisas também vale, e eles buscam na sua casa. Dá uma ligada, você vai ver que povo gente boa até na hora de conversar com você. Ninguém vem com choradeira e não tem papo de coitadinho, todo mundo toca o bonde no maior astral. Telefone: 0800-315-600.
E aí Madonna, tá esperando o que?

domingo, 15 de novembro de 2009

RAIOS!

Terça passada eu estava conversando no computador com duas pessoas, uma em Londrina e outra aqui em BH mesmo. De repente, as duas sumiram - ao mesmo tempo. Fiquei meio sem entender, mas como computador toda hora dá pau, deixei prá lá. Aí primeiro veio meu amigo do Paraná. Falou que a luz tinha piscado e derrubado a conexão dele. Mais um tempo depois, aparece minha amiga de BH. A casa dela tinha ficado sem luz até aquela hora.
Achei engraçada a coincidencia, pessoas em cidades tão distantes desplugadas momentaneamente do mundo pelas mesmas razões. Daí meu amigo de lá do sul falou que na TV tinha notícia da luz ter faltado num monte de lugares. Sabe quando a coisa parece longe da gente? Pois é, na minha casa não tinha acontecido nada, eu continuei ali com minha internet e minhas séries de TV, então achei aquilo tudo meio banal.
Bom, logo começaram a pipocar notícias. O apagão, que querem porque querem que a gente chame de blecaute, tinha sido beeeeemmmm mais sério. 18 Estados atingidos, horas e horas sem energia. Incrível como a existencia das coisas nos torna dependentes delas. Como que o mundo hoje funciona sem luz? Impossível né?
No decorrer da semana, justificativas das mais variadas. Tão variadas que ninguém na verdade parece até agora ter acertado o passo. Meio explicável em um país que não tem governantes comprometidos em administrar, mas sim em se perpetuar no poder. Nunca vai valer o fato, mas sim a versão do fato, por mais irresponsável que seja o pensamento que uma tempestade derruba a energia elétrica de uma parte tão grande do Brasil. Quanto mais versões, mais confusa fica a história e mais eleitoreiro o problema.
Agora, pera aí, se o fornecimento da energia eletrica por essas bandas está a mercê de raios e trovões, nossa garantia de ter luz essa noite fica em torno de... é... zero né?

domingo, 8 de novembro de 2009

PESOS E MEDIDAS

Vou bater na mesma tecla dos dois últimos posts, porque coincidentemente as histórias continuam repercutindo, e de uma maneira bem engraçada - ou irônica.
Enquanto a auto intitulada ex-prostituta Bruna Surfistinha arrebata fãs e recebe até pedido de autografo na rua (uma revista semanal relata a cena de um adolescente tremulo com seu papelzinho e caneta diante da musa), a moça da mini saia é ex-pul-sa da faculdade onde estuda(va) com direito a anuncio do fato veiculado em grandes jornais paulistas.
Ah, na mesma revista semanal... Tá bom, confesso, é a revista do meu vizinho que continuo lendo. Então, nessa mesma revista, a atual escritora surfistinha revela os bastidores da sua sofrida infancia de menina adotada, aluna de dois dos mais caros colégios particulares de São Paulo, que foi duramente castigada pelo pai após o flagrante do roubo das jóias da mãe. O furto descoberto só veio coroar e revelar uma carreira de pequenas apropriações nas carteiras familiares. Vida dura, marcada por injustiças. Que bom que tudo virou filme e peça de teatro, com 2 milhões de captação pela Lei Rouanet. Realmente são edificantes estas histórias de superação, alguém com tão poucas oportunidades que conseguiu dar a volta por cima exercendo a mais antiga das profissões.
E a dama de rosa choque? Bom, dizem que ela "provocava" os meninos, que a sindicancia que apurou os fatos chegou a conclusão que ela sim era a culpada. Mas não deviam ter avisado antes que as mulheres dessa universidade têm que se vestir com roupas adquiridas no Talibã's Fashion? Tá, a roupa dela podia estar meio exagerada. Mas isso é motivo de expulsão em um país que glorifica como celebridade o mérito da prostituição? Calma, calma, calma. Eu já disse que não tenho absolutamente nada contra quem resolve abraçar a carreira de puta, como também acho estranho quem se preste a este julgamento da vida alheia. Mas daí a incensar, vai uma distancia né...
Na reviravolta dos fatos, ganha a loirinha. Um caso que já podia estar enterrado, permanece na mídia, valorizando ainda mais possíveis cachês e quem sabe abrindo as portas para os barracos televisivos.
Bons tempos aqueles quando estudantes se mobilizavam em torno do meio passe nos ônibus.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

É COR DE ROSA CHOQUE

Preconceito e burrice andam de mãos dadas, isso prá mim é mais que óbvio. Na última semana dois fatos vieram comprovar essa teoria. Engraçado que todos dois em ambientes onde deveria haver mais tolerância, e mais inteligencia.
Um dos casos envolveu gente jovem, estudantes. Uma pobre coitada de uma loira cometeu o crime absurdo de ir prá aula de mini saia rosa choque, provocando a ira dos seus colegas de universidade, naturalmente todos santinhos. A gente sabe como essa turma funciona, basta um gritar pro resto gritar igual, e nesse frenesi a moça acabou precisando de escolta policial. Engraçado que como hábito faz o monge, logo resolveram que a loirinha era puta, e fizeram coro para xingá-la deste nome.
Ham? Pera aí! Que que tem se a menina for puta? Tá certo, ela protestou e disse que não é. Então não é. Mas e se fosse? O que uma pessoa causa de mau a outra se ela resolve se prostituir? Em que ela prejudica quem quer que seja que a cerque? É muito engraçado isso de cuidar da vida dos outros, porque essa decisão e esse meio de vida que alguém escolher vai interessar somente a ela. E claro, aos clientes, que além de não serem obrigados a usar o produto também não vão se prejudicar com ele, diferente por exemplo de quem consome drogas, outro produto que a pessoa decide comprar, não é obrigada.
Então, a universidade da menina tem uniforme? Cada um não vai com a roupa que quiser? As universidades não estão cheias de regatas e havaianas? Tem dó gente, bem faz a loira em processar esse povo. E claro, na lógica dos dias de hoje daqui a pouco ela vai usufruir sua celebridade instantanea. Aproveita enquanto é tempo prá posar onde der, porque a bola da vez amanhã já será outra.
O outro caso, talvez seja até pior, por envolver os nossos tão adorados políticos. Em um acesso de burrice, o governador Roberto Requião associou o fato de cancer de mama ser também uma doença masculina com "passeatas gays". Gente, isso não pode ter sido preconceito, só pode ser burrice mesmo. Imagina o que tem a ver uma coisa com a outra? E vindo de um governador, olha só como estamos bem representados nesse país.
teve gente dizendo que isso tem a ver com caras colocando silicone no peito. Putz, olha bem o nível da justificativa... Primeiro que cancer de mama SEMPRE foi uma doença ao qual os homens também estão sujeitos e de mais a mais, quem disse que homem coloca silicone no peito só prá ter peitinho de travesti? Hoje em dia o que tá na moda é botar essas proteses em várias partes do corpo, com o único objetivo estético de modelar, ficar saradinho.
Eu uso muito a expressão "burrice tem limite". Agora já tô começando a pensar que não...

domingo, 1 de novembro de 2009

O QUE NÃO FALTA É INCENTIVO

Li uma notinha agora de manhã me informando que a Lei Rouanet aprovou para captação singelos 2 milhões para uma peça sobre Bruna Surfistinha, se não me engano o nome da obra seria "Doce Veneno". Não sei se a moça é a empreendedora cultural ou somente tema do espetáculo.
bom, a lei tá aí prá ser usada mesmo né, além do que depois de aprovada precisa de captação. Muuuiiiito provavelmente vão captar, até porque a vida da protagonista já virou filme, onde dizem Débora Seco vai fazer o papel, o que vai melhorar, e muito, a figura da pessoa.
A pergunta no ar é:
Onde será que a Lei Rouanet dá mais grana prá pornografia, nesse projeto ou em projetos de recém extintas fundações?
É gente, blog, livro, DVD pornô, quadrinhos, filme e teatro... diante disso tudo, uma coisa ninguém pode negar, Bruna Surfistinha é uma puta profissional.