Relutei muito em fazer este post e diante da velocidade que os escandalos criminosos acontecem neste país tudo fica ultrapassado muito rápido. Camara e Senado então se especializaram, ao que parece elegemos pessoas com o objetivo de dilapidar o patrimônio do contribuinte com requintes de competência. Mas o caso aqui não são estes criminosos eleitos, mas sim um fato que ocupou a mídia digamos assim, por 3 dias, tempo demais levando em conta a necessidade de se inovar na divulgação da bandalheira. Qual o caso? Daslu.
Depois de ser pega com a boca na botija sonegando os valiosos impostos que alimentam a sanha dos nossos políticos, a empresária Eliana Tranchesi foi presa novamente. Dona da meca do luxo tupiniquim, a sua queda foi motivo de muito aplauso dos justiceiros de plantão. Por que? Pelo crime de sonegação? Não, pelo grave crime, inafiançável, de ser rica.
Depois de ser pega com a boca na botija sonegando os valiosos impostos que alimentam a sanha dos nossos políticos, a empresária Eliana Tranchesi foi presa novamente. Dona da meca do luxo tupiniquim, a sua queda foi motivo de muito aplauso dos justiceiros de plantão. Por que? Pelo crime de sonegação? Não, pelo grave crime, inafiançável, de ser rica.
Aqui faço a observação do tanto que custei a publicar este assunto. Pelo simples fato de alguns fazerem confusão e acharem que estou defendendo a moça, que naturalmente não conheço.
Não, não não! Não se trata de forma alguma de justificar a falsificação de notas fiscais que faziam com que uma blusinha Gucci entrasse no Brasil pelo singelo preço de R$ 2,00. Para os que não acompanham o raciocínio e pensam em superfaturamento de preço, já que na Daslu creio que niguém gaste menos que uns 10 mil a cada comprinha, a lógica não é essa. Ela não pagava 2 ou 5 reais numa pecinha. Pagava muuuuuuiiiiiiito mais. Com a falsificação de notas o ganho era no que iria recolher de impostos, o que naturalmente fazia num valor bastante abaixo do real.
Bom, dito isso, vamos aos justiceiros. O brasileiro, e na verdade creio que nem seja uma particularidade dos nossos conterraneos, mas sim do ser humano, não liga muito para o crime. Ram-ram, não liga, porque pratica. As mesmas pessoas que aplaudem a prisão da sonegadora não se intimidam em comprar um contrabandozinho. Também não se importam de comprar produtos falsificados, como um " relógio rolequis" e nem ligam de lotar as banquinhas dos vendedores de CDs e DVDs piratas. Alguns mais ousados chegam a comprar produtos roubados, de retrovisor de carro até o carro inteiro, sem contar celulares, talvez os campeões de audiência.
Bom, estas pessoas alimentam a cadeia do crime e pasme, o crime não paga impostos. Tão aguerridas na luta contra a sonegação, tão felizes em ver uma dona rica atrás das grades, trocam tapinhas de camaradagem com seus fornecedores favoritos. Ah tá, tem aqueles também que nem ligam de ter funcionários sem "fichar". Justificativa geral?
Tudo muito caro, se não for assim não dou conta de comprar.Beleza, quando roubarem a televisão da casa de um destes, prá vender por 50 contos na rua, não vai haver nenhuma reclamação né? Afinal, a pessoa que comprar não tem como pagar uma de 600 na loja, e vamo combiná? A mercadoria precisa girar né não?
Enfim, não faltou quem apoiasse (os bandidos) quando o Luciano Huck foi assaltado. Incrível o povo falando que era bem feito. Sabe por que? Ora, porque quem estava sendo assaltado não era um cidadão, era um rico. E óbvio que quem comprou o produto do roubo e lucrou bastante com ele merece aplauso, afinal, não é um criminoso, é apenas alguém fazendo justiça social.
Finalizando, que já ficou grande demais. 94 anos de pena prá madame? É, até pouco, se levar em conta que é só 3 vezes a pena do tal do Marcola (acho que é isso), traficante com umas tantas mortes nas costas. Falando nisso, quando fizeram o leilão dos bens de um outro traficante não faltou quem corresse pra arrematar cueca do dito cujo a R$1,00.
É, vai entender...
Concordo!
ResponderExcluirAcho natural que seja menos admissível, nas proximidades da miséria, aceitar que o abastado leve mais vantagens do que as que já possui. Por isso a revolta é maior quando um crime de elite é descoberto.
ResponderExcluirMas a diferença social não pode de maneira nenhuma como você diz, justificar e legitimar o delito.
Vamos continuar na briga pela justiça em todas as instâncias.
Inclusive no nosso pequeno mundinho...
Olhai e vigiai sua própria vida.... r.s.s..
beijos