Essa semana começou com mais uma polêmica, e a coisa tá rendendo.
Domingo, no tradicional Bar do Bolão, aqui em BH, um casal resolveu almoçar em uma das mesas da calçada, acompanhado da filha e de um cachorrinho. Daí o bar como um todo, porque foi do garçon ao dono, passando pelo gerente, se recusou a servir, por proibição de animal na casa.
Domingo, no tradicional Bar do Bolão, aqui em BH, um casal resolveu almoçar em uma das mesas da calçada, acompanhado da filha e de um cachorrinho. Daí o bar como um todo, porque foi do garçon ao dono, passando pelo gerente, se recusou a servir, por proibição de animal na casa.
Pronto, tava armada a confusão. Segundo o dono do cachorro (não sei se ainda pode falar dono na moderna nomenclatura de adoção...), ele estava no passeio, lugar público (que a Prefeitura considera particular na hora de mandar o morador fazer um novo) e que, portanto, tinha o direito de permanecer ali com o bichinho. Bolão e cia resolveram que não, pois existe uma lei municipal que determina a proibição de animais em estabelecimentos comerciais e, pelo jeito, ele considera a rua um estabelecimento comercial seu.
O resultado é que mulher e filha foram caçar onde comer, enquanto o rapaz permaneceu no bar, junto com o cachorrinho, esperando a polícia chegar. Sim, deu polícia, imprensa e pelo jeito vai render também processos na justiça.
Por mim, ninguém ali tem razão. Sei que muitos podem não concordar comigo, mas acho uma mera situação de umbigo. Hoje em dia é assim, todo mundo tem direito de tudo. Sou super mega a favor da liberdade e acho, com toda sinceridade, que cada um pode fazer o que quiser da própria vida. Porém, acho também que seria muito legal se as pessoas se lembrassem de que não estão sozinhas no mundo. Paralela a toda a liberdade que desejam, deveriam se lembrar do respeito ao próximo. Não precisa de lei nem nada, basta bom senso e adquirir o saudável hábito de se colocar no lugar do outro.
Primeiro, o homem do cachorro se vê no direito de sentar numa mesa de restaurante e almoçar junto com o animal. Será que em algum momento ele se colocou no lugar das outras pessoas? Será que todo mundo acha legal almoçar na companhia de animais?
Outra coisa, vamos pensar, hipoteticamente, que tivessem umas 30 pessoas nas mesas, o que é um número até pequeno para horário de almoço no Bolão. Se cada uma dela se visse no mesmo direito que o nosso heroi, seriam 30 cachorros ali, entre as mesas na calçada. O argumento que o bicho era pequeno, quietinho e que não incomodava ninguém vai por terra nessa hora. Ím-pos-sí-vel 30 cachorros não incomodarem, não somente as pessoas, como também entre si. Para um pouco e imagina a cena. Pois é. Mas o bloco do eu sozinho consegue olhar por este angulo?
Daí vem o lado de Mister Bolão. Seu argumento mais forte foi o que? A lei! Pois é, mas a lei que favorecia a ele né, porque para a lei sobre mesas e cadeiras na calçada ele faz vista grossa. Não sei ao certo, mas, pelo que andou saindo na imprensa, ele não está lá muito legal nesse aspecto.
De novo, leis à parte, a cidade é lotada de bares que simplesmente ocupam a calçada, jogando o pedestre pro meio da rua. Isso sem falar na questão da poluição sonora, que não leva em conta o sossego de quem mora por perto. O bloco do eu sozinho só está preocupado com seu próprio negócio. Teve um dono de bar, numa entrevista, que chegou ao ponto de dizer que quem se incomodava com cadeiras na calçada e barulho deveria ir morar num sitio. Foda né?
Enfim, polícia para quem precisa de polícia. Agora, com certeza, seriam bem menos necessárias leis e polícia se cada um começasse a olhar pro outro. Principalmente aprendesse a se colocar no lugar dele.