domingo, 3 de maio de 2009

O MEU, O SEU, O NOSSO

Teve um episódio de Sienfield onde a personagem Elaine, no meio de uma confusão, se viu na presidência da companhia onde trabalhava. Aí pegou a grana da empresa e detonou, maior farra, compras e presentes prá todo mundo. Na sequencia, foi surpreendida com a contabilidade cobrando a prestação de contas com tantos gastos. Achava que sendo a presidente fazia o que bem queria.
Pois é, viu alguma semelhança? O post dessa vez não é sobre séries não. Infelizmente é sobre chover no molhado dos tantos escandalos que a gente vem vivendo no dia a dia da nossa política. Tá bom, já sei, estes tópicos nunca dão ibope, mas olha só, ninguém oferece tanto assunto quanto a bandalheira da politicagem.
Eu nem ia comentar nada de passagens aéreas. Tá direto na mídia e todo mundo sabe que não vai dar em nada. Mas lendo o jornal de ontem me deparei com o Presidente deste país fazendo a defesa. Docemente ele declara que quando deputado usou muuuuiiiiiitas passagens com sindicalistas, e que também não vê o que tem demais nos parlamentares usarem as passagens com suas esposas. Ah não, mandar filho prá Europa com dinheiro do povo ele nunca fez não. Ainda bem né, porque é bem diferente pegar o seu dinheiro e pagar passagem prá sindicalista. Diferente demais...
Mostrando mais uma vez como o público vira privado por essas bandas, o Presidente, é, o Presidente, não o verdureiro ali da esquina não, disse dos absurdos da imprensa ficar achando escandalos onde não tem. Aí cita o cara que ganhava 26 mil no governo e quando saiu prá uma empresa foi com salário de 200 mil. "Agora sim, ele é marajá", disse o bonachão todo sorrisos. Ram-ram, sem dúvida, mas me conta, é você que tá pagando os 200 mil? Não? Pois é, porque os 26 mil era. Não foi bacana a comparação?
Enfim, a nossa personagem de seriado descobriu que até na iniciativa privada a grana tem que ter destino certo, e ser usada em função do trabalho. Aqui na vida real justifica-se usar o seu dinheiro prá dar passagem de avião prá amigo, parente e prá time de futebol. O pior, muitas pessoas que nunca nem andaram de avião mal sabem quantas passagens já foram compradas com o dinheirinho suado delas.
Bom, uma coisa tem que ser dita em defesa dos nossos turistas e acompanhantes. Ninguém nunca fez nada escondido. Não fez mesmo, e sabe por que? Porque ninguém tem a noção de separar o público do privado, como bem provou aquele que deveria ser professor no assunto, na sua sábia comparação salarial.
Muito azar o da Elaine. Fosse ela política no Brasil não ia enfrentar tantos contratempos. Claro que não, afinal o chapéu de peles que ela deu pro George já teria sido descontado há muito tempo do seu salário.

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Be-a-bá demais? Né não, muita gente falou dessa dificuldade e saiu sem deixar recado. Agora todo mundo pode! :-)