quarta-feira, 30 de junho de 2010

JUNTANDO OS PANOS

Nesta semana nossas duas candidatas a Presidência falaram da mesma coisa, o tal do casamento gay. Eu sinceramente não entendo porque esse assunto causa polêmica, uma vez que só interessa, ou só deveria interessar, àquelas pessoas que pretendem se casar "gaymente". Vê bem, o que que uma pessoa que não vai se casar com outra do mesmo sexo tem que se incomodar com isso? Não seria bom se todo mundo seguisse a máxima "Deus deu a vida pra cada um cuidar da sua"? Pois é.
Então, mas fato é que quando isso se torna uma questão de estado, de legislação e blablablá, quem se candidata a cargo público tem que se manifestar. Vai daí que Marina e Dilma disseram a mesma coisa, uma na Veja, a outra no Roda Viva. São a favor do que chamam de união civil, ou seja, aquilo que garante ao casal alegre os mesmos direitos usufruídos pelos demais casais. Herança, aposentadoria, pensão, plano de saúde, o óbvio do óbvio né, porque no final das contas uma coisa é uma coisa e a outra coisa é a mesma coisa.
Eu não vou em conversa de Dilma, como nunca fui em conversa de Marta. Exibir-se em trio elétrico de Parada Gay não é ter posição favorável à causa, principalmente quando na primeira oportunidade se usa de ironia para insinuar que um adversário tem a desqualificação de ser gay.
Marina é coerente, fala o que pensa e não faz concessões eleitoreiras. Não nega suas convicções religiosas e nem se intimida diante das patrulhas, declarando opiniões pessoais calcadas na sua fé, que por fim pouco interessam na pele de governante, coisa que ela sabiamente reconhece. Para Estado, governo, o que interessa são os direitos civis. Casar na igreja de véu e grinalda já é um problema das religiões, para ser discutido com elas e não com candidatos a presidente. No fundo Dilma e Marina disseram a mesma coisa, a diferença está somente no oportunismo eleitoreiro. 
certo, eu acredito quero crer que seja exatamente isso o que se pretende quando se fala de casamento gay. Acho que ninguém deve estar pensando em marcha nupcial ou jogar buquê pra trás. As duas separaram o assunto de religião, no que tá mais que certo, uma vez que o estado brasileiro é laico, ou seja, não se governa seguindo norma de igreja. Engraçado que teve gente esperneando por isso, e ao mesmo tempo dizendo "o estado é laico". Uai, mas não é? Não foi por isso mesmo que elas citaram religião? Vai entender.
No final das contas, nesse aspecto pouco importa quem será o novo Presidente. O mundo anda pra frente e a legislação quanto à união civil felizmente é um caminho sem volta.
Ah, mesmo com esse finalzinho você achou que foi um post pró-Marina? Nada a ver, o voto é secreto, esqueceu?  :-)

Um comentário:

  1. O que eu sempre penso sobre este assunto: a família, tantas vezes contrária ao relacionamento, na maioria das vezes, quase sempre, sempre, fica com tudo que os dois construíram juntos. Casar é mais que festa, é convivência, é construção e também, já que todo mundo morre um dia, partilha.
    Porém, com esta bancada de evangélicos e conservadores que votam as leis, que sempre usam o preconceito dos eleitores para tirar proveito da situação em causa própria (mais votos amanhã, depois de amanhã, mês que vem, ano que vem), não conseguiremos colocar na cabeça deles que, não interessa o que um casal casado faz entre quatro paredes, e sim, o que eles constroem para eles e claro, a sociedade. Mas, mesmo contrária, com o veto do casamento gay, somente a socidade participa desta festa!

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