domingo, 14 de março de 2010

O ESTRANHO MUNDO DA TELEVISÃO

Sou bem telemaníaco, não sei se já deu prá perceber. Atualmente divido este vício com o da Internet, que se tornou a outra coisa que me impede de fazer coisas.
Bom, zapeando estes dias, dei de cara com um programa que conhecia só de ouvir falar, "O Estranho Mundo de Zé do Caixão". Realmente, como diria o cara das unhas grandes, que repete "realmente" a cada frase que diz, aquilo ali pode ser chamado de estranho, mas ficaria melhor como incoerente.
Gente, incrível como a televisão hoje em dia abre espaço para o sem sentido. Três fatores podem ser determinantes prá isso: O enorme número de canais com o advento da TV a cabo,  o tempo interminável de programação que precisa ser preenchido e os custos da produção. Isso não afeta só conteúdo, cria também o irritante sistema de reprises. As vezes na mesma semana você passa pelo mesmo canal e está passando o mesmo programa, seja em que horário for. É, e custo de produção reflete em milhões de reality shows e principalmente talk shows, que é o caso deste programa em questão.
Bom, você pode dizer que tudo ali faz parte da idéia do programa. Eu digo que não, que são realmente falhas na realização. O ambiente transgressor e tosco, com cenário trash e figurino tradicional do personagem poderiam ser uma grande sacada. Acontece que não combinam em nada com a caretice e a falta de preparo do apresentador, um homem sem articulação nenhuma e extremamente carente de vocabulário. Tá bom, pode ter atingido os píncaros da glória sendo descoberto por amantes do precário no primeiro mundo, mas realmente nesse caso a referência são seus filmes B e não a constrangedora tentativa de ser entrevistador.
Prá piorar o quadro, ainda peguei um dia que o convidado era o Agnaldo Timotéo. Entre outras, ele disse que não gostava da Rita Lee pela apologia que ela fez às drogas em algum ponto da sua carreira. Ah, eu adoro a Rita Lee, tô sempre acompanhando, e realmente  nunca a vi fazendo esse tipo de apologia. Se usou, usa, ou usará, nunca vi incentivando outros a fazerem o mesmo. De quebra, o cantor (que eu até tiro o chapéu prá voz) resolveu dar lições de moral e cobrar que apresentadores deveriam usar seu espaço para "educar" os jovens, no que Zé do Caixão prontamente concordou, como concordaria com qualquer coisa que qualquer entrevistado dissesse, caso ele realmente entendesse.
Daí Timóteo deitou regras, sobre cabelo, tatuagens, que a princípio ele chamou de cicatrizes, e até "barba fininha", que eu deselegantemente uso.  :-)
Esqueceu de falar sobre unhas grandes e higiene.
Bom, por fim, debaixo da concordância em número, genero e grau do insosso e perdido apresentador, ele se citou como modelo de elegância, aconselhando os jovens a se mirarem nele quanto a corte de cabelo e modo de vestir.
Gente, discordar dessa consultoria de moda, quem há de né?


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