quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MISTÉRIOS E COINCIDÊNCIAS (?)

Filminhos divertidos amplamente divulgados, spots martelando nas rádios o dia inteiro, filas quilométricas pelo país afora, plantões em finais de semana e feriados. É, parecia bem importante tirar a segunda via do Título de Eleitor. Eu também fui, lembra? O atendimento foi surpeendentemente rápido.
Agora, no último dia de realizar a proeza, isso só porque o prazo chegou a ser ampliado, resolveram que não, não vai precisar mais. Basta um documento com foto... Na verdade, o óbvio do óbvio.
, eu mesmo questionei o por que dessa obrigação do título. Realmente não consegui enxergar necessidade nenhuma. Mas agora, pra mim, ficou outro mistério. Sem entrar no mérito dessa ou daquela candidatura, até porque todo mundo sabe em quem eu vou votar, por que o PT só agora entrou com essa ação pra parar a tal da necessidade tão premente do documento? Não teve tempo demais pra isso? Por que essa decisão saindo logo hoje, último dia de propaganda e dia do último debate?
Quer saber, não sei responder nenhuma dessas perguntas. Mas com certeza é algo muito esquisito. Uma lei que o PT tinha apoiado, que o Presidente da República (que é do PT) tinha sancionado... A essa altura do campeonato, ops, do processo eleitoral, dá pra acreditar em coincidências? 
Sei lá viu. 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MILI... O QUE?

Do UOL Notícias:

Após queda em pesquisa, Dilma pede para militância não desanimar

...“O que eu queria fazer nesse momento é um apelo para minha militância para não esmorecer, ir para as ruas e disputar voto a voto”, disse a petista, que classificou como "normal" as oscilações...

Ram ram, mili o que? Vai longe o tempo, bons tempos, em que havia militância em eleição. Militância do PT, justiça seja feita, o único partido que efetivamente mostrou essa atividade no Brasil. Tínhamos (é, eu também tinha) estrelinha no peito, bandeiras, íamos a comícios, realmente buscavamos o voto a voto. Calma aí, nunca me filiei a partido nenhum. Tudo isso era movido a emoção, à perspectiva do novo, de um novo país, de uma nova forma de fazer política, de uma ética até então sombria. Pois é, passado.
Voltando pro hoje, e pro apelo da nossa feliz candidata, fica a pergunta: Que militância? O que tem agora é curríola. E essa não tá na rua não. A turma que carrega bandeira hoje na rua é outra, um pessoal provavelmente desempregado fazendo bico. Tanto faz a bandeira, o que conta é o cachêzinho e claro, o lanche.
Tomara que recebam, porque em política já viu né...

Repetindo a foto, Nhá Dilma e a militância grã fina num elegante momento copeira. (Foto: Ayrton Vignola/AE)

domingo, 26 de setembro de 2010

A MARINA DO DEDO VERDE

Com a licença (que acho que ela deu) da Ruth Aquino, jornalista e editora da Revista Época, vou fazer aqui no blog uma coisa que nunca fiz: Reproduzir um texto integral de outra pessoa. Não tem jeito, tudo que ela disse bate exatamente com o que eu penso, e eu não saberia dizer melhor.

"Quando ela fala, veias caudalosas se projetam no pescoço. Marina Silva tem uma voz arranhada, que parece emergir com esforço de sua figura esguia. Com essa voz não treinada, que vem de dentro, Marina foi a candidata, nesta campanha de cartas marcadas, que soube projetar melhor, com inteligência e ironia fina, suas palavras. Talvez porque fossem palavras dela e de mais ninguém. Não mais do mesmo, não o vale-tudo de quem dá mais salário mínimo, 13o de Bolsa Família, ou empregos para a parentalha.
O título deste artigo é uma alusão a O menino do dedo verde, livro infantojuvenil escrito pelo francês Maurice Druon, em 1957, e adaptado para desenho animado. O protagonista, Tistou, tinha um dom: onde colocava o dedo, nasciam flores. O menino conhece a miséria, a prisão e os hospitais. Decide alegrar esses ambientes. E, ao colocar o dedo no presídio, nascem tantas flores que as portas da prisão não fecham mais. Mas os presos não fogem porque o mundo havia mudado para melhor.

Trata-se de uma fábula. Mas, como a realidade desta campanha eleitoral anda difícil de engolir, fantasias são bem-vindas. Na reta final, uma marola verde se torna onda e atrai desiludidos. Marina, que já se apresentou como a “outra Silva” e a “primeira candidata negra à Presidência”, abandonou os slogans que empobreciam seu discurso para colocar o dedo verde nas feridas do país.
Não por acaso a candidata do PV foi quem mais se beneficiou dessa língua malcheirosa que escorre da Casa Civil de Lula. Após as denúncias de corrupção e tráfico de influência do braço direito de Dilma Rousseff, as pesquisas mostram uns pontinhos a mais para Marina. Era previsto. Essa acriana evangélica, com quatro filhos e coque austero, é a única novidade. Suas reflexões sobre o Brasil e os adversários têm um carimbo de franqueza, sem arrogância. Concordando ou não com ela, somos compelidos a escutá-la.
Suas frases de muito efeito ecoaram em cabeças pensantes e na juventude. Seguem-se algumas delas: “Lula e Dilma infantilizam o eleitor brasileiro com essa história de pai e mãe”. “É possível perder ganhando e ganhar perdendo.” “Serra e Dilma são inteiramente parecidos porque defendem um modelo de desenvolvimento do século XX.” “O Brasil não precisa de um gerentão” (referindo-se a Dilma). “Meus adversários criam duas novelas: numa, o Brasil é todo azul, na outra é cor-de- rosa.” Marina se diz contra “o ‘promessômetro’ para ganhar simpatia”. Quer acabar com o “voto por gratidão” e criar o “voto cidadão”. Difícil, inviável, dirão, mas há um componente de sedução em sua fala.
Na semana passada, depois que Lula proclamou, em mais um comício – “Nós somos a opinião pública” –, a menina do dedo verde reagiu: “Eu acredito na liberdade de imprensa. Acho que o presidente fez uma crítica à imprensa que é contraditória com toda a sua trajetória dentro do PT”.
Dilma perdeu a fachada de paz e amor e reagiu com fúria às denúncias na imprensa. “Ela teve uma recaída. Parecia até ela mesma”, teria dito um aliado da petista, segundo a Folha de S.Paulo. A outra má impressão da semana foi a entrevista de José Serra ao Bom dia Brasil, na TV Globo. Não deixou que os jornalistas perguntassem quase nada. Impedia apartes, num tom professoral e prepotente que afasta até seus eleitores. A uma repórter do humorístico CQC, da Bandeirantes, Serra perguntou se ela tinha namorado. Não é a primeira vez que perde a noção.
Sem plásticas ou cabeleireiros, Marina cresceu de estatura ao longo da campanha. Seu discurso a princípio ambientalista ampliou-se e ganhou consistência no campo dos valores e da ética. Mesmo que a enorme maioria dos brasileiros não vote nela, sabe-se o que sua candidatura representa: uma terceira via, de olho no desenvolvimento sustentável do século XXI, que não comporta esmolas para uma massa tutelada e semianalfabeta. Quando deixou o governo Lula, após quedas de braço com Dilma, Marina afirmou: “Perco o pescoço, mas não perco o juízo”. E não perdeu mesmo".

Pois é, no comentário que mandei pra Ruth, falei que tinha vontade de xerocar esse texto. Em qualquer argumentação sobre a candidatura Marina Silva, seria só mostrar a cópia e evitar todo o blablablá. Daí resolvi fazer esse xerox virtual, que espero que você leia e reflita. Marina Silva tem a segurança de quem fala o que pensa, e não constroi discursos de conveniência. Com certeza assim fica mais fácil, e é até covardia com quem tem o rabo preso e contas a prestar aos mais obscuros parceiros.
Pena que esta onda começou meio tarde, já em cima da hora da eleição, mas quem sabe não vamos ter a grata surpresa e a satisfação de ver Marina no segundo turno? Seria bom finalmente ver debates fundamentados antes da votação né? Eu acho.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PRA QUE QUE É ISSO MESMO?

Hoje tirei a tarde para fazer uma coisa inútil, porém obrigatória. Dei um tapa na procrastinação e decidi que não iria fazer no último minuto do último dia. Pois é, fui fazer segunda via do título de eleitor. Pera aí, não to falando que é inútil porque em toda eleição a gente joga o voto fora, isso tá mais que claro na cabeça de quase todo mundo. É inútil porque este é um documento to-tal-men-te desnecessário.
Nunca precisei do título pra votar. Então me conta, porque essa onda agora? Confesso que pensei que ia ter uma taxa, logo, estaria explicado. Eleição, taxa, caixa, campanha, tudo faria sentido, ainda mais levando em conta os útimos acontecimentos né? Mas não, é 0800.
Bom, a justificativa que usam nas propagandas, inclusive muito boas e engraçadas, é que podem ter mais pessoas com o nome igual. Ram ram, isso tem mesmo, é relativamente comum. Mas o que o título resolve nessa história? Ele não tem nenhum dado que não seja o nome, onde ele tira a prova? Se na identidade tem o nome da mãe, na maioria das vezes do pai, tem foto... por que ela sózinha não pode resolver a questão? O argumento seria justo se fosse pra dizer que não pode votar SÓ com o título, precisaria de outro documento junto. Aí de novo, já que precisa do outro documento, PRA QUE O TÍTULO?
É isso, não sei se escapou um motivo que de repente derruba esse palavrório todo, vamos ver se alguém me apresenta algum.
No final das contas, até que não foi ruim. Tirando o deslocamento, gastei somente 10, DEZ MINUTOS pra resolver tudo. Nem acreditei. E olha que não foi porque estivesse vazio, tava cheio pra carvalho, com fila avançando rua afora. Daí que, como tinha tirado a tarde inteira, pude fazer a coisa que mais adoro. Saí passeando, vendo loja e gente, além de fazer inveja nuns amigos presos no trabalho, mandando mensagens de como estava agradável a minha tarde.

* A foto tá tosca de propósito. Não vou ficar pondo documento na internet né?

domingo, 19 de setembro de 2010

EMPREGO PLENO

Dona BErenice Guerra, em entrevista a Isto É:
Erenice – A sociedade precisa refletir sobre essa questão. Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos? Ou as pessoas com quem ele se relaciona previamente precisam apresentar currículo para dizer o que fazem? E se essa pessoa for um empresário? Ele tem que ser, a priori, já eliminado do seu círculo de relações, pois eventualmente, no futuro, pode vir a participar de uma licitação e eu, como estava ocupando uma pasta muito ampla, teria teoricamente influência sobre qualquer área? O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa, pois não poderão trabalhar e se relacionar?
Uai, óbvio que não madame, eles terão que viver, ou continuar vivendo, às custas dos trabalhadores brasileiros que pagam impostos. Afinal não é pra isso que serve o dinheiro público? Eu heim, em que país a senhora vive?
Pois é, a propaganda de Nhá Dilma fala que ela ocupou o segundo posto mais importante do país, abaixo somente do Presidente da República. Sei lá, eu acho que essa história acabou ficando estranha depois que demonstraram que na verdade qualquer um pode ocupar o tal cargo.
A piadinha não é minha e tá mais que batida, mas não resisto a tentação de repetir, porque é muito boa: Erenice criou um novo conceito para o Bolsa Família.  :-)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

REFORMAR OU FAZER UM NOVO?

Se você já tivesse uma mulher loira, trabalhada no botox, com carreira política e quisesse eleger uma mulher presidente, você usaria a madame?
O nosso presidente não. Seguindo o conceito que as vezes remendar é mais complicado que fazer um novinho, pegou uma dona desconhecida, recauchutou geral e empurrou goela abaixo da turma toda.
Deu certo, o povo também aparentemente engoliu.

* Nhá Dilma não dá muita bola pra criadagem né?
(Foto: Ayrton Vignola/AE)


domingo, 5 de setembro de 2010

SINAIS

Outro dia a apresentadora de um programa de TV falou de um sinal que tinha recebido. Só que o jeito que ela falou foi tão sem noção que foi parar no Top Five do CQC, atualmente o único quadro que presta na atração repleta de "humoristas" prepotentes e arrogantes.
Bom, o caso foi o seguinte: Ela andava meio perdida, em dúvida sobre que carreira seguir. Aí um dia, tomando café da manhã, virou a caixa do toddynho e atrás tava escrito jornalismo. Sei lá, devia ser algum tipo de ação que a empresa estava fazendo, falando de profissões, qualquer coisa do genero. Na verdade a gente aprende coisas lendo caixinhas. Na de suco de laranja é que descobri que essa fruta com uma cara tão brasileira teve origem na China e chegou aqui no século XVI. Tá vendo, não é de hoje que os chineses exportam, não é coisa só de eletrônicos nos camelôs.
Voltando da divagação e seguindo a história da moça, ela disse, ao vivo na TV, que Deus tinha mandado esse sinal pra ela. DEUS, ela disse. Arrogância à parte, os comentários dos caras foram bem engraçados, no genero, que se dane a fome da África, vou mostrar pra essa menina que carreira seguir. É, quem vai questionar as prioridades de Deus?
Embora possa parecer que vou debochar, essa introdução foi pra falar que eu ACREDITO em sinais. É, acredito mesmo, e não é crer por crer, é por de certa forma já ter tido muitas provas. Obviamente não atribuo estes sinais a Deus, porque como os caras lá, eu acho que o tempo que ele gastaria mandando recado em caixa de toddynho seria usado pra coisas mais fundamentais. Não sei de onde vêm estes sinais, mas acontecem. Uma vez me disseram que eles, assim como a intuição, funcionam melhor com um certo treino, que em grande parte consiste apenas em observar quando acontecem.
Então, hoje aconteceu um. Saí de manhã e tive um aborrecimento, fruto da maneira que alguém me vê, que eu considero equivocada. Mas fato é que a pessoa me irritou e, por mais que eu saiba e pregue que o melhor é relevar e não alimentar monstros, fiquei cozinhando a história, e até criando respostas. Sabe quando rola e só depois você pensa em coisas bem arrasantes que poderia ter dito? Eu tava assim, dando respostas mentais que na hora não dei, e foi melhor não dar, porque seriam humilhantes e naturalmente não fariam bem.
Pois é, aí cheguei em casa puto, querendo sumir com certas situações e pessoas da minha vida. Pois não é que na minha caixa de e-mail tinha uma mensagem justamente sobre isso? Não mandada pra mim, mas destes genéricos que a gente manda em listas (não critico, afinal eu mesmo faço isso quando divulgo o blog).
Vou colar a mensagem aqui, porque além de comprovar essa história de sinais, pode servir também como inspiração pra outras pessoas que estiverem lendo. Bom que o cara teve o bom senso de citar a fonte:

"Olhe para dentro de si e desapegue sua mente das emoções negativas, para que seu intelecto seja atraído pelos sentimentos de paz e amor.
Desapego consciente não significa ignorar ou afastar-se das pessoas ou situações, mas não ser afetado negativamente por elas.
Cumpra todas as suas responsabilidades mas não fique desapontado com nada.
Na consciência de ser um observador desapegado, procure estabilizar suas emoções e fique além do efeito dos acontecimentos externos.”
António Sequeira, Virtudes para uma Nova Consciência, Centro de Raja Yoga Brahma Kumaris de Lisboa, 1999 

Legal né? Tenho outras histórias do genero, e uma hora conto pra você.