domingo, 21 de dezembro de 2008

OPERAÇÃO OLHO VIVO

mais de 50 anos atrás, meu pai já previa o fenômeno big brother. Uma de suas frases prediletas era: "Faça tudo como se alguém o contemplasse." Tinha razão o Benedito.
Atrasadinho que as vezes sou quando o assunto é tragédia, somente hoje fiquei sabendo de uma coisa que todo mundo provavelmente já sabia. Essa desinformação em certo ponto pode ser vista como alienação, mas na verdade não é. Ocorre que não gosto de notícia ruim, não gosto de ser o arauto do mau agouro e detesto o frisson que causam as novidades negativas. Com um espírito ligeiramente Polyanna, prefiro fazer sempre o jogo do contente. Sendo assim, só hoje vim a saber do saque aos donativos destinados ao povo que perdeu tudo nas chuvas em Santa Catarina.
Minha surpresa me trouxe à lembrança fato narrado por uma amiga, coisa de 15 ou 20 anos atrás. Dona de confecção, ela e vários colegas faziam doações a conhecidas senhoras benevolentes da cidade. Esta senhoras, bem dispostas a fazer caridade com o que não era delas, recolhiam estes donativos para uma provável redistribuição assistencialista. Qual não foi o susto da minha amiga ao encontrar uma dessas caridosas pessoas usando a roupa que ela havia doado? Então, isso acontece não é de hoje.
Claro, a indignação nacional neste caso atual não se dá pela novidade, mas sim pelo tamanho da tragédia que originou o fato e, a meu ver, pelo pouco medo que estes saqueadores têm de ir pro inferno. Fala sério, por mais cético que o sujeito seja, sempre existe um medinho de ir pro inferno né?
Enfim, como hoje tudo que a gente faz tem gente olhando, esse ligeiro assalto praticado por "voluntários" e soldados do exército acabou na mídia mundial. Vergonha grande que pessoas comuns agora dividem com a pouca vergonha dos mandatários deste país, useiros e vezeiros em pilantragens bem maiores que levar pacote de fralda geriátrica prá sogra.
Fica então a velha lição do Benedito; faça tudo como se alguém o contemplasse, porque pode saber que... Sorria, você está sendo filmado! Daí, quando menos esperar, seu dedo enfiado no nariz vai tá bombando no youtube.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ALEGRIA COM DATA MARCADA

Quando eu era pequeno tinha uma propaganda com uma musiquinha assim: "Abaixo alegria com data marcada, Natal pode ser a qualquer hora, nós queremos monareta agora".
Então tá, você ganhou sua monareta em novembro, daí deu o Natal por resolvido? Du-vi-de-o-dó. 25 de dezembro, todo mundo pegando presente no sapato, na meia, debaixo da árvore, seja lá qual for o método de distribuição entre os seus. E você lá, de mãos vazias e olho comprido, tentando ver pelo menos um pacotinho. Mas que isso... Você já tem sua monareta, já usou sua camisa na festa de confraternização da empresa, já devorou sua caixa de bombons importados... Fala sério, não te deu uma pontinha de decepção?
Pois é, não tem jeito. Presente em data certa tem outro gosto. É legal presentear por presentear, surpreender amigos, agradar a mãe, aparecer pro chefe, maaaas... Não tem cara de presente. Aniversário, Natal, Dia das mães-pais-crianças-namorados, a emoção é outra. Sei lá, comércio massificando, catarse coletiva, seja o que for, a alegria com data marcada é mais alegre.
Então, presenteie, aqueça seu coração e o daqueles que lhe são caros. Vê o que cabe no orçamento, o que seu tempo corrido permite, esprema-se em um shopping, gaste horas nas filas dos caixas. No fim vale a pena, e você sabe que vale, porque com certeza em algum momento da sua vida já experimentou essa sensação.
Outra coisa que a propaganda esquecia é que Natal tem data marcada sim, porque diferente do que as vezes parece, Natal não é só acumular pontos no cartão de crédito. Natal é a celebração de um aniversário, e seja qual for a sua crença, sempre é bom cantar um parabéns, as vezes até puxar um "com quem será".

sábado, 29 de novembro de 2008

A FELICIDADE PODE SER UM PÃO DE ALHO

Terminar reunião de trabalho mais de 11 da noite numa sexta feira é dose né não? Pois foi o que aconteceu ontem. Pior, lembrando que não tinha nada em casa prá comer.
Prá variar, resolvi andar a pé, Praça da Liberdade - Floresta. Pensei em passar no supermercado 24h e desanimei quando lembrei que toda vez que vou lá não acho nada que quero. Bateu a preguiça também da volta que ia dar. Fui então numa lanchonete no centro, dessas bem derrubadas, cara de centro de cidade de noite. Pão, hamburguer e aquele monte de coisas dentro. Na dobradinha o refresco saía baratinho. Muuuuuiiito movimento, gente saindo de escola ou trabalhadores da redondeza. A limpeza do estabelecimento? Melhor pular essa parte.
Barriga cheia, segui meu caminho. No primeiro quarteirão, percebi que de cheia a barriga não tinha nada. A fome continuava e na minha lembrança uma simples paçoquinha diet me esperava em cima da geladeira. Mudei o rumo planejando comprar quatro esfihas prá viagem.
Depois de 15 minutos invisível no Habibs da Afonso Pena, centrão de BH, desisti do meu projeto. Pensa bem, você em pé diante de um caixa e atrás do balcão cinco moças de uniforme vermelho discutindo os mais variados assuntos. E olha que eu era o primeiro da fila, o que tinha me deixado bem animadinho na chegada. É, no início eu era o único da fila, mas quando coloquei meu dinheiro de volta no bolso já tinha começado a juntar gente atrás de mim. Fila de um povo tão invisível quanto eu, porque as moças nos ignoravam enquando discutiam uma talvez desmontagem da máquina de sorvete.
Corte para minha casa, para onde fui conformado de não encontrar mais nada aberto no caminho, pensando só na paçoquinha que ia pelo menos me distrair.
Então, sabe quando abrimos a geladeira por abrir? Aquilo que falam prá não fazer, porque gasta energia? Pois foi nessa hora que lembrei que "felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes". Quando recorri mecanicamente à geladeira, intimamente conformado de pegar a garrafa de água, dei de cara com um pão de alho! Putz, eu tinha comprado esse pão no dia anterior, porque foi a única coisa que encontrei na padaria que já estava fechando. Acabei não comendo e nem lembrava mais disso.
Não teve dancinha de vitória igual em filme, só forninho ligado prá esquentar o lanche e um restinho de suco do fundo da caixa... Nossa! Daí prá frente, cama!
A paçoquinha? Só comi hoje.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

MEIA BOCA

O que você prefere? Pagar meia entrada no cinema para ver Batman ou pagar meia conta de luz? O que vale mais, pagar meia prá ver Chitãozinho e Xororó ou dividir a conta pela metade no caixa de supermercado?
Bonitinha a tal da meia entrada né? Vale pro estudante que paga uma calça inteira de grife e vale pro idoso, que quando vai na farmácia paga a conta inteirinha. Sabe quem completa a outra metade? Nin-guém. Pois é, o profissional da cultura e entretenimento é o-bri-ga-do a trabalhar pela metade. Você já imaginou uma lei que cortasse seu salário pela metade no final do mês?
Se eu gosto de pagar meia? Quem não gosta? O produtor cultural ou de entretenimento quer fazer promoções envolvendo preços? Claro que sim, desde que isso seja uma decisão dele, baseada em uma estratégia do seu negócio. Com certeza todo mundo já viu placa de liquidação, descontos e tal... Agora entrar numa loja com uma carteirinha emitida no computador do colega e pagar metade da conta... Acho que isso ninguém nunca viu.
Voltando, amo pagar meia entrada. Só vou ao cinema pagando meia. Como? Usando cartões de desconto de assinatura de jornal, de banco, de telefone celular... Ou seja, aproveitando as oportunidades de marketing utilizadas pelas empresas, que fecham parcerias de negócios.
Sabe quem topa fazer estas parcerias? Os profissionais de cultura e entretenimento. Entendeu a diferença? Eles topam, não são o-bri-ga-dos.
Então é isso. Está rolando uma votação na lei da meia entrada. Tudo que o pessoal pede é que haja regulamentação e que se ponha ordem na bagunça. Também que se pare de fazer bonito com o chapéu alheio. O Estado quer dar meia entrada? Pois então que banque a outra metade, o que não dá é pro trabalhador do setor dividir sua receita ao meio, sem nenhuma contrapartida real.
Fica aqui uma sugestão. Vamos iniciar um movimento pelo meio imposto. Dividindo pela metade tudo o que a gente paga sem saber prá que, vai sobrar dinheiro prá ir no teatro todo mês, sem precisar ficar pedindo cortesia.

domingo, 9 de novembro de 2008

BOLSA-PESCARIA

Dar o peixe ou ensinar a pescar? Sempre tive essa implicância com o tal bolsa-família, um programa que eu só conseguia ver como assistencialismo barato de resultado "e doutor uma esmola, a um pobre que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão" (Galope - Gonzaguinha). Do jeito que o mundo anda, nem pensar na vergonha né, é a parte do viciar mesmo.
Além da implicância, eu tinha também uma curiosidade: Como é que alguém podia melhorar a vida com a miséria distribuída? Algo em torno de uns cento e poucos reais, quando muito. Pois bem, hoje, domingo, tudo mudou.
Li na revista do meu vizinho uma matéria com um raciocínio que eu nunca tinha pensado. A tal matéria foi ilustrada com vários casos reais, de famílias que se beneficiam dessa tal bolsa. Uma das histórias me abriu os olhos:
O casal vivia miseravelmente, antes mesmo de ser casal, cada um com seu povo. A mulher então, nossa, deu até dó quando ela contou que no seu passar fome só foi conhecer macarrão com mais de 20 anos, numa festa de casamento. Pois bem, o casal tem dois filhos, um menino e uma menina. É aí que entra a parte legal do bolsa-família, olha só. As crianças não precisam trabalhar na enxada, como os pais, que se viravam na roça desde os 6 anos de idade. Estão na escola, comem todos os dias, incluindo macarrão, e podem sonhar com um futuro de modelo-médica e motorista de caminhão-jogador de futebol. É, combinações estranhas, mas bem diferentes da vida da mãe, aquela que foi comer macarrão em festa de casamento depois de adulta.
Ó, a bolsa-futuro funcionando! Não ensina a pescar o peixe, mas por outro lado possibilita uma mudança de vida na geração seguinte. Gente, como é que eu nunca tinha pensado nisso????? E você, já tinha olhado por este angulo?
Aquela parte da curiosidade continuou, embora a revista demonstre a diferença do que os valores financeiros representam de acordo com região do país e tal. Mesmo assim, difícil entrar na cabeça como aquela família-bolsa come o mês inteiro, dignamente, com cento e poucos reais. Ah, ainda compra roupa e material escolar...
Adorei poder ver com outros olhos uma idéia que só me dava antipatia. Devia agradecer ao vizinho pela leitura, só que, muito aqui entre nós, ele não sabe que leio a revista dele.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

PAGAR PRÁ QUE?


Vejo nos jornais que as escolas resolveram criar um "cadastro nacional de devedores crônicos". Aí já tem um povo gritando, dizem que de "defesa do consumidor". Ahn? De qual consumidor, do consumidor caloteiro? Agora me conta, se você paga sua faculdade, sua pós, o colégio do seu filho, o jardim de infância do seu neto, seu nome vai figurar nesta lista?
Engraçado... Experimenta atrasar 15 dias a sua boleta de TV que está emendada na sua banda larga. Cortam o serviço e te mandam prá uma fila enorme de um banco intransitável prá você fazer um tal de "depósito indentificado".
E a escola? Sabe como funciona? Ela fica amargando aquele cara-de-pau um ano, mandando autorização de excursão e circular de festa junina, como se nada estivesse acontecendo. Ééééééé, um ano. Ah, mas depois de um ano ela pode ajudar outra a não cair na mesma roubada né? Na-na-ni-na-não. Ela pode se livrar da jóia, mas vai mandar a bomba em segredo para a outra, simplesmente porque o máximo que ela pode fazer é recusar a matrícula, jamais informar a outra escola o abacaxi em pele de cordeiro que ela vai receber e aturar pelo próximo ano.
Conheço escola por trás do balcão. Durante anos dei consultoria por este Brasil afora e hoje sou parceiro de duas, como gestor de seus espaços culturais. Os inadiplentes profissionais não são uns coitadinhos. Duvi-dê-ó-dó que a família que se viu em dificuldades e passou dois meses sem quitar mensalidade vai ser mandada prá essa tal lista negra. Escola também não tá podendo assim, rola uma negociação e acaba tudo bem.
, tá, tá, já entendi. Educação não é negócio. Tá bom. Só me fala uma coisa, no final do mês, o padeiro recebe salário, o balconista da farmácia recebe, a enfermeira recebe, a empregada da sua casa recebe, o médico da família recebe, o pedreiro recebe... E o professor, não recebe? Aquele batalhão da limpeza que encera corredor e varre sala o dia inteiro, não recebe? O povo debruçado em papel e número da imensa burocracia escolar, não recebe? Pois é, parece que temos uma legião de abnegados trabalhando gratuitamente em escolas que "não são negócio" e que por isso podem ser celeiros de maus pagadores.
Óbvio que o consumidor precisa ser protegido de abusos, o que na prática infelizmente pouco acontece. Vamos aguardar e ver. Se a gente achar um injustiçado que foi parar neste cadastro porque ficou um mês sem pagar colégio, vamos todos prá porta do Procon. Aí a gente já aproveita e reclama das operadoras de celular, por exemplo. Garanto que cada um vai ter uma ótima história prá contar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

PROCRASTINADORES




Ram-ram, sou um deles. Olha aí o último post, a data... Pois é, nós, os procrastinadores, sempre adiamos tudo. Meu amigo disse que já levou o caso prá terapia. Confesso que também levei, mas minha terapeuta da época, ariana e cúmplice, tratou de justificar e, em vez de abandonar o hábito, potencializei.
Esse meu amigo procrastinador contou um caso engraçado, acho que não real, só ilustrativo. Disse que uma mulher precisava entregar um relatório no dia seguinte. Disposta a enfrentar o trabalho, chegou em casa e ligou o computador. Foi aí que uma manchinha na parede da cozinha chamou sua atenção. Sem perda de tempo ela correu até um depósito de materiais de contrução, antes que fechasse. Munida de espátula, lixas, tinta e não sei mais o que, raspou toda a parede e pintou. Nisso o tempo passou, a noite chegou, a madrugada e, enfim, com o dia amanhecendo o serviço estava pronto. E o relatório? Bom, acredito que uma hora ela deve ter acabado fazendo.
Pois é, eu poderia falar de um monte de coisas que me impediram de escrever aqui. Nesse período recebi hospedes em casa, me envolvi em pendências judiciais e mais uma porção de acontecimentos. Claro que nada disso me impediria de escrever. Aliás, poderia ter escrito exatamente sobre estes acontecimentos, além das muitas voltinhas que dei por aí. Tudo desculpa de quem precisou repintar a cozinha.
Retorno agora com o firme propósito de retomar este blog, até porque fui cobrado por uns dois (ou quatro) leitores. Hummmm, mas tenho uma confissão a fazer: Estou escrevendo enquanto na verdade deveria estar fazendo uns contratos. Este post de hoje, sinceramente, foi a minha manchinha na parede, que lixei e pintei.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

PRESTIGIE OS AMIGOS



Você tem um amigo médico? Que tal prestigiá-lo indo fazer uma consulta gratuita? Informe ao seu amigo dentista que você vai fazer um tratamento de canal com ele, para prestigiá-lo. Seu amigo tem uma loja de artigos esportivos? Pega logo um adidas, um puma, modelinho caro, que assim o prestígio é maior.
Quando alguém estréia uma peça de teatro, os amigos dizem que irão prestigiá-lo. Pedem logo o convite, óbvio, quem vai pagar prá ir ao teatro né.
"Ah não, quinta eu não posso, tem que ser sábado ou domingo."
"Não tem mais uns aí não? Tem uns colegas lá do serviço que adoram teatro, vão querer te prestigiar também."
"Pô véio, desculpa, não deu prá gente ir, teve jogo. Mas pode deixar, semana que vem a gente tá lá, te prestigiando. O convite vale semana que vem né?"
Tem uma frase atribuída a Cacilda Becker que não sei se foi mesmo dita por ela, mas é ótima: "Não me peçam de graça a única coisa que tenho para vender".
E então, quantas vezes o amigo já pagou para ir ao teatro? A enquete está no ar, vota aí.

terça-feira, 8 de julho de 2008

TEXTOS DE GAVETA


Sabe aquele poema que você escreveu em um momento de dor de cotovelo? Aquele conto da noite de insônia? Todo aquele calhamaço de papel que uma necessidade interior levou você a produzir? Sabe? Pois é, eu não.
Com excessão do período de restinho de infância e início da adolescência, quando eu escrevia contos em um caderno como se ele fosse um livro, nunca tive textos de gaveta.
O pouco que escrevi para teatro foi encenado (tá bom, eu mesmo que produzi). As raras poesias que arrisquei foram publicadas em livro. As trocentas matérias de jornal, todas impressas. Releases aos montes nas mãos dos veículos a que se destinavam.
Não sei se o espírito prático do ariano, ou a preguiça do... do... do preguiçoso, nunca me permitiram escrever algo que já não tivesse um destino concreto, real e, especialmente, leitores. Desde criança existe a promessa de que serei escritor e realmente este deve ser o meu desejo mais palpável na realidade "eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim".
Porém, nunca concebi a idéia de ser um escritor que não fosse profissional. Entenda-se: Profissional que é remunerado por aquilo que faz como profissão.
Tudo isso prá falar sobre uma espécie em extinção - o texto de gaveta. Hoje em dia todo mundo pode publicar seu livro, pode ter sua coluna, pode opinar em todo e qualquer assunto. Ah, um parentese, nem precisa saber escrever para isso.
A nova gaveta tem uma janela para o mundo.
Qual o motivo deste post? Simples, eu continuo não querendo ter textos de gaveta, nem mesmo gaveta virtual com janela para o universo. Assim, tenho uma confissão a fazer. A idéia de criar um blog não é somente criar um blog. É tentar que esta iniciativa seja ponto de partida para algo mais.
Sim, continuo querendo ser um escritor profissional, vide a definição acima.

domingo, 6 de julho de 2008

FIAT LUX


Muita gente aqui por perto ficou sem pagar a conta de luz do mês de maio no dia do vencimento. Não, não foi um boicote e nem um movimento organizado. O caso é que as vezes fica difícil pagar as contas sem receber as faturas. Na lógica maluca destes prestadores de serviço (esse povo que envia boleta), se você não recebe a cobrança, você mesmo é que tem que providenciar uma segunda via. Tá bom, mas todo mundo fica lembrando do dia do vencimento dos montes de coisas que tem prá pagar?
vêm as desculpas: Greve dos correios, malote roubado (essa ouvi dentro da agência da fornecedora) e blá blá blá. Ham? E o kiko? Antes que pareça que estou advogando em causa própria, não estou. Fui um dos que, lembrando a data de vencimento, tirou a duras penas uma segunda via na agência virtual da companhia. Duras penas por que? Acesse a tal agência e veja você mesmo. 99% das vezes dá erro. Vai tentando, uma hora dá certo.
Bem, o tempo que não tem para enviar uma segunda via, já que sabidamente houve uma greve de correios ou um roubo de malote (eles mesmos é que disseram, logo, sabiam antes de você que sua conta não ia chegar), o pessoal tem para mandar cortar a luz. Aí o surpreso consumidor, que nem imaginava ser o marginal e mau pagador que ia ser castigado com a falta de energia, tenta correr para pagar o que nem supunha dever.
Adianta? Não. O pessoal do corte é pior que pit bull. Já chega intimidando e não quer nem papo. Se você não tem a conta ali, na gaveta (lembra, aquela conta que você nem recebeu), pode providenciar as velas. Sua luz já era.
Reclamar prá quem? Prá raposa que está, ela mesma, vigiando o galinheiro?
Quer saber? Anote seus vencimentos em uma boa agenda de papel ou nos seus trocentos equipamentos tecnológicos. Na burrocracia desse povo, ou você se previne ou então vai ter que ligar sua internet banda larga no querosene.

PALPITE INFELIZ


Putz... leio na Época a cantora Mônica Salmaso falando bem da pirataria. Palavras da cult-intérprete: "Adoro ver meus discos pirateados. A pirataria é uma grande aliada para mim". Bom, então tá, vou dar uma olhadinha em banca de CD pirata e procurar Mônica Salmaso. Se eu encontrar algum eu aviso.
Existem excelentes oportunidades da pessoa ficar calada né? Incentivar essa prática criminosa? Faz o seguinte, disponibiliza o CD no site prá baixar, igual a Titane, outra cult- cantora fez.

sábado, 5 de julho de 2008

SEX AND THE CITY



Sim, fui ver este filme na última segunda feira. Primeiro o cinema: Cinemark, Pátio Savassi. Raridade eu ir nessas salas. Adoro o Pátio Savassi, acho um shopping cosmopolita, bonito e sofisticado. Minha amiga ama porque diz que pode levar cachorro. Prá mim tanto faz, não tenho cachorro e acho que se tivesse dificilmente iria com ele a um shopping.
Bem, Cinemark. Nunca vou porque é o único cinema na cidade que não aceita qualquer cartão de desconto. Lá só inteira ou meia, com carteira de estudante. Como não estudo e não vou usar carteirinha falsificada, vejo meus filmes onde posso usar meus cartões de desconto e pagar meia. Vamos falar sério? O filme é o mesmo e as salas não têm grande diferença assim. Todas com um povo abrindo pacotes, mastigando, coisas que acho o fim da picada no cinema. No máximo uma balinha né gente, e mesmo assim com aquela tensão na hora de tirar o papel.
Por que acabei lá? Meu amigo tinha ingressos de-gra-ça por causa de uma promoção de posto de gasolina. Sex And The City, no Cinemark, de graça? Tô dentro. Pois é Cinemark, então fica assim, na próxima promoção a gente se vê de novo.
O filme. Sem muito blá blá blá, gostei. Tinha um porém na minha cabeça. Prá mim, assistir a série, pelo menos alguns episódios, era pré requisito para entender o filme. A colagem de cenas de vários episódios no início não seria explicação suficiente. Meu amigo (não o que foi comigo, outro) disse que não, e me provou dizendo que um amigo dele, que nunca viu nada da série, tinha entendido tudo. É, pode ser...
Como este blog pretende ser de posts curtos, e como não sou crítico de cinema, vou encerrando com a única coisa que realmente me incomodou no filme, filme este que gostei, mas não amei:
O final.
Meu Deus, o que foi aquilo? Samanta Jones dando migalhas a um cachorrinho enquanto suas amigas falavam maravilhas dos seus relacionamentos? Quer moralismo maior? Triste fim para uma série que se propunha revolucionária.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

PELA JANELA DA COZINHA



Olhando pela janela da cozinha do apartamento que moro hoje. BH, claro :-)